Gadgets no lixão!

Lixão a céu aberto em Gana vira garimpo de equipamentos descartados por outros países

Em uma das muitas favelas de Accra capital de Gana, o trabalho de alguns moradores  é em um imenso lixão, abastecido regularmente por contêineres de eletrônicos descartados por países desenvolvidos. 

A ONU estima que sejam produzidas 40 milhões de toneladas desse lixo por ano no mundo. Jovens e crianças mergulham nas montanhas de sucata em busca de metais, muitas vezes tóxicos. Quem encontrar um disco rígido fatura US$35, mas a maioria prefere queimar os componentes para extrair metais como cobre e chumbo para vendê-los. As imagens são do sul-africano Pieter Hugo.



Crédito: Pieter Hugo

Jovens e crianças - Em Accra, jovens como David Akore, 18 anos, se empenham para conseguir metais a partir dos restos de aparelhos eletrônicos. O mais desejado é o cobre, seguido por bronze, depois alumínio e zinco. Muitas crianças são enviadas do norte do país pelas suas famílias para garimpar os aterros


Crédito: Pieter Hugo

Bens “seminovos” - Yakubu Al Hasan, 20, carrega resíduos de computadores. O e-lixo vem da Alemanha, Coreia, Holanda e Suíça e contém resíduos de marcas como Philips, Canon, Dell, Microsoft, Nokia, Siemens e Sony. Passam pela alfândega com o selo de “bens seminovos”. As marcas dizem que não são responsáveis pela reciclagem de seus produtos



Crédito: Pieter Hugo

Solo tóxico - Em condições precárias e sem proteção, os trabalhadores se alimentam no local. Segundo o Greenpeace, o solo contém chumbo em quantidades cem vezes acima do limite tolerável, além de elementos químicos como o ftalato, capaz de interferir na reprodução sexual, e a dioxina clorada, substância cancerígena



Crédito: Pieter Hugo

Sodoma e Gomorra - 70% do lixo eletrônico gerado acaba em países como Gana, China, Índia e Nigéria. Moradores de Accra apelidaram a região do lixão de “Sodoma e Gomorra”, em alusão às cidades bíblicas destruídas pelo fogo e enxofre. Abdulai Yahaya, 14 anos, é um dos jovens enviados pela família a colher peças no local



Crédito: Pieter Hugo

Mercado ilegal - Ibrahim Sulley, 17 anos, queima os eletrônicos para derreter monitores e cabos e, assim, extrair deles cobre, chumbo e outros metais. Discos rígidos, por exemplo, têm preço médio de US$35, com exceção de alguns poucos que são vendidos a alto preço para um mercado ilegal de recuperação de dados