Talvez, tão ilusionária e desprovida de foco e exatidão exatamente como a realidade paralela, e distorcida, vivida pelo assassino responsável pelo massacre da escola em Realengo, RJ.
Fruto de uma sociedade cega, completamente humanista e hedonista, Arnaldo Jabor demonstrou em seu comentário a ignorância mais absurda sobre Deus. Desconhecê-lo, embora triste e lamentável para ele, é entendível, pois, em parte, foi sua escolha. Contudo, tentar refletir em Deus a imagem dos valores podres, rotos e vazios do homem apenas expõem que nem a sua própria essência humana ele conhece.
Talvez, em sua mente agora ele queira atribuir a Deus as distorções sociais que formam os tantos membros de nossa sociedade que são psicopatas, estupradores, corruptos, adúlteros, usurpadores, gananciosos, violentos e tantos mais. Erra profundamente, tanto na história quanto na cultura e na teologia, quando atribui a Deus as ações executadas na inquisição da idade média contras as mulheres e homens perseguidos, ou na loucura realizada em nome de Alá no 11 de Setembro, mais ainda quando compara a matança dos inocentes ordenada por Herodes.
O que aconteceu, prezado comentarista, foi o reflexo da sua própria sociedade.
Sim, o reflexo de uma sociedade estruturada em cima da infalibilidade do homem - que falha a todo instante por não ser capaz de ser bom; da auto-suficiência humana em se organizar e viver pacificamente em prol da justiça - que massacra o próximo em busca do seu eu e do seu bem estar próprio; do ser social igualitário capaz de dividir e crescer - ao custo da extorsão, da mentira e da exploração comercial e existencial de seu próximo.
Práticas que não podem gerar nada menos, ou nada mais, que seres ainda mais distorcidos, distantes de um Deus curador, salvador e restaurador.
Talvez sim, você tenha razão. Tudo que temos visto são obras sim de um deus louco. São obras do deus homem, para não dizer outra coisa. Este, deus, completamente desprovido de essência, de visão de vida. Adorado e exaltado em cada comentário humanista, hedonista e distorcido de pensadores desprovidos de idéias, de razão e conhecimento.
Fernando Vilas Boas Cardona