O ego pecaminoso - o perigo da super auto-estima!


Você já percebeu como temos pessoas com auto-estima demasiadamente elevada em nossas comunidades cristãs?! Pessoas que realmente e sinceramente "Se acham!" rss. Isso tem me chamado muito a atenção. Recentemente li um post em que o autor dizia mais ou menos assim "É, eu sou bom mesmo, meu blog/perfil/post são os melhores porque EU sou bom!" ... "E porque EU sou bom, tudo que escrevo abençoa as pessoas".....

Enh?! Como assim?!
Então...........com isso comecei a prestar atenção em como temos esses "personagens" em nosso círculo de amizade e nas mais diferentes esferas: igrejas, trabalho, sociedade, etc. Isso me fez começar a pesquisar onde na palavra de Deus encontramos o mandamento do "Amar a si próprio" ou o conselho de Jesus sobre "Você precisa ser o máximo!".

Bom, até onde sei a auto-estima tem seus fundamentos na psicologia clínica, nas teorias da personalidade, etc. Porém, ao recorrer à Bíblia, percebi que as raízes da auto-estima retrocedem a criação da humanidade.

Tudo começou em Gênesis 3! Veja, Adão e Eva tinham consciência de Deus, consciência um do outro, das coisas à sua volta mas não de si próprios. A percepção de si mesmos era incidental e secundária na sua focalização em Deus e um no outro. Adão compreendia que Eva era osso dos seus ossos e carne de sua carne (Gn 2.23), mas não estava consciente de si, do mesmo modo que seus descendentes seriam mais tarde. O ego não era problema antes da queda! Não é incrível?!

Comer o fruto proibido não trouxe sabedoria divina, mas resultou em culpa, medo e na separação entre Deus e o homem. Adão e Eva então nos deram o primeiro exemplo de autojustificação. Primeiro Adão culpou Eva e Deus (coisa que acontece até hoje), e então Eva culpou a serpente. O fruto do conhecimento do bem e do mal gerou o ego pecaminoso representado pelo amor-próprio, super auto-estima, auto-aceitação, autojustificação, hipocrisia, auto-realização, autodifamação, autopiedade, e outras formas de autofocalização e egocentrismo.

Então me veio a mente, como cristãos, como devemos entender essa super auto-estima? Como combater o pensamento do ego pecaminoso que coloca o EU no centro como a essência da vida? Como o cristão deve ser fiel à ordem de estar no mundo mas não ser do mundo?

Olha só, Jesus disse: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve" (Mt 11.28-30).


Caramba, se Jesus se dizia humilde e também dizia que devemos ser Seus discípulos, como podemos entender um cristão que se diz "EU sou O bom!" ?? Algo não se encaixa!

Esta passagem de Mt 11.28 é um convite para deixarmos o nosso próprio caminho, submetendo-nos a um jugo de humildade e servidão – com ênfase no jugo – num relacionamento de aprendizado e vida. Em Mt 16.24 Jesus disse "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me."

Jesus não nos ordena que amemos a nós mesmos, mas que amemos a Deus e ao próximo. A Bíblia apresenta uma base para o amor completamente diferente daquilo que a psicologia humanista anuncia. Ao invés de promover o amor-próprio como a base para amarmos os outros, a Bíblia diz que somente o amor de Deus é a fonte verdadeira. O amor humano é misturado com o amor-próprio e, em última análise, pode estar em busca de seus próprios interesses. Mas o amor de Deus entrega a si mesmo.

Portanto, quando Jesus convida Seus discípulos a negarem a si próprios e tomarem sobre si o Seu jugo e a Sua cruz, Ele os conclama a um amor que doa a si mesmo, não a um amor que satisfaz a si mesmo. Até o advento da psicologia e de sua intensa influência na igreja, os cristãos consideravam a auto-estima como uma atitude pecaminosa.

Apesar da Bíblia não ensinar o amor-próprio, a auto-estima, o valor-próprio ou a auto-realização como virtudes, recursos ou objetivos, um grande número de cristãos hoje têm se enganado pelos ensinos pró-ego da psicologia humanista. Eles não somente não resistem à gigantesca onda do egocentrismo, como estão na crista da onda da super auto-estima, da auto-aceitação e do HIPER amor-próprio.

Na área do ego, dificilmente se pode perceber a diferença entre o cristão e o não-cristão, exceto que o cristão afirma ser Deus e apenas Ele a fonte principal de sua auto-estima, auto-aceitação, auto-valorização e amor-próprio.